O Sagrado Feminino em equilíbrio com o plantar da lua.

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Sangue Sagrado

Na antiguidade, durante a era matriarcal em que a Deusa era fonte primordial de crença, a Mãe Terra era tida como Senhora da vida e criação de tudo que há no universo, as mulheres também eram consideradas deusas.

Cuidavam da casa, das plantações, dos filhos, eram guerreiras, pois quando seus companheiros ou grupo de guerreiros iam para as batalhas, muitas delas ficavam para defender seus territórios e comunidade.

Mulheres Sagradas

As mulheres antigamente menstruavam na terra, se recolhiam, formavam círculos (grupos) entre elas, para menstruarem juntas, criando uma corrente de união e honraria á Deusa, que desde sempre fora vista simbolicamente pela Lua.

Por isso um ciclo naturalmente equilibrado, tem o período de 28 dias, afinal o antigo calendário era lunar e seguia suas fases (de 28 dias). Com o domínio do patriarcado, o calendário foi alterado para solar (energia masculina) mantido até a atualidade, nomeado: “calendário gregoriano” (sendo irregular, já que cada mês é contado alternadamente entre 30 e 31 dias, é por isso que o mês de fevereiro possui 28 dias e para quem não sabe desse fato, esse mês parece até um “furo” no calendário).

Menstruação como ciclo de vida

As mulheres se recolhiam e menstruavam na terra, doando parte de sua energia, feminilidade, sacralidade e agradecendo a Deusa, pelo ciclo de suas vidas.

Era um meio de se ter uma maior conexão consigo e com o divino.

Ao longo das eras, as mulheres foram se distanciando dessa conexão, a sociedade foi mudando e exigindo mais delas.

Domínio Patriarcal

Com o domínio do patriarcado, a Deusa teve um papel secundário ou mesmo foi deixada de lado. Com isso, o papel da mulher na sociedade também mudou, os hormônios se alteraram, o estresse aumentou, depressões surgiram, “falta de tempo” para se integrarem internamente; os ciclos menstruais foram se desequilibrando, as TPMs tornaram-se mais incômodas e o sangue foi visto como algo sujo e pecaminoso.

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Antigamente as mulheres orgulhavam-se de seus períodos menstruais, já que o sangue vêm do seu ventre: seu “cálice sagrado”, criador e doador da vida, gestante, que dá a luz um novo ser (sem desconsiderar o sagrado masculino também, a participação do homem como ser complementar á energia feminina na criação da vida).

Mesmo quando surgiram os primeiros absorventes de pano, muitas delas reutilizavam o tecido! Quando encharcavam com o sangue, elas torciam o pano na terra ou nos lagos, em bacias com água, lavando e devolvendo seu sangue para a natureza.

Saúde feminina na atualidade

Com os absorventes atuais, surgiram infecções com mais frequência na região íntima das mulheres, por conterem perfumes sintéticos, na ideia de “bloquearem” os odores durante o período menstrual. O que muitas mulheres não sabem é que o odor surge justamente pelo contato com o sangue mantido no absorvente, afinal, sangue tem cheiro de ferro, todo e qualquer sangue possui o mesmo cheiro!

E se analisarmos por uma ótica mais holística, o sangue é vida e contém parte de nossa energia. Então para onde vão os absorventes!?… para o lixo. As mulheres passaram a se distanciar, desperdiçar e contaminar as suas energias!

Criaram-se os medicamentos sintéticos para métodos contraceptivos, que contribuíram para a desarmonia do ciclo menstrual e toda a parte hormonal das mulheres, existem até remédios, injeções que fazem com que a mulher pare de menstruar! Ou seja, fazendo com que a mulher perca a sua maior fonte de poder.

Retomada do bem-estar do sagrado feminino

Recentemente criaram os coletores menstruais e muitas adeptas já contestam sua eficácia e praticidade! O coletor mantém o sangue num maior período de tempo, sem precisar trocar a cada 2 ou 3 horas, evitando preocupações e acúmulo de lixo (são laváveis e reutilizáveis) mas ainda assim, algumas mulheres não possuem a consciência sobre seu poder, seu corpo, seu precioso sangue e acabam descartando-o descarga abaixo.

Plantar da lua e as fases do ciclo menstrual

Existem alguns grupos que trabalham com o Sagrado Feminino, com o objetivo de conscientizarem as mulheres a resgatarem sua conexão com a Deusa interior que habita em todas elas.

Algumas das práticas mais conhecidas são:

Plantar a Lua: rega-se plantas com o sangue diluído em água, para fortalecer suas raízes e recriar uma conexão com a natureza.

Ou despejar o sangue aos pés de uma árvore, em meio a um jardim, em flores, no mato, etc.

Altar Vermelho: é um espaço íntimo e sagrado que cada mulher pode criar, para guardar seu sangue, seja em um recipiente, garrafa, vasilha, etc. Pode-se colocar flores, imagens de Deusas, fotos das ancestrais, enfim, um altar é um espaço pessoal de cada um, com seus simbolismos que conectam as suas forças e poder.

Máscara de sangue: utiliza-se o sangue no rosto, criando uma máscara facial. Prática também utilizada por muitas mulheres nas eras medievais. Houveram condessas que banhavam-se em sangue para manter a jovialidade da pele e dos anos de vida!

O sangue possui nutrientes que podem contribuir para uma melhora da pele e o melhor de tudo é que é um método natural, vindo de nosso próprio corpo.

Caderno da Lua Vermelha: algumas mulheres gostam de anotar seus ciclos menstruais num caderno que chamam de “Lua Vermelha”, lá elas registram o dia da menstruação e em qual lua “desceu” seu sangue, pois a fase lunar nos auxilia também a compreender as nossas próprias fases e momentos de vida.

Por exemplo:

Lua Cheia: considera-se essa fase, a lua mãe, que está em sua potência máxima de energia e feminilidade. Mulheres que menstruarem nessa lua, estarão mais independentes, acolhedoras, intuitivas.

Lua Minguante: essa é a fase lunar da sábia anciã. Mulheres que menstruarem nessa lua, estarão mais introspectivas, fechadas em seu momento atual, meditativas, planejando segurança para a vida.

Lua Nova: a lua da renovação! Mulheres que menstruarem nessa fase lunar, sentirão-se mais enérgicas, com novas ideias para sua rotina e entusiasmadas com outras possibilidades para a vida.

Lua Crescente: a lua da jovialidade. Mulheres que menstruarem nessa fase, podem começar a desenvolver seus planos, ideias, dar movimento as suas vidas, aproveitando momentos para socialização, desenvolvimento do que pode estar estagnado em seus dias.

A força do Plantar da Lua

Sangue é vida, é poder, é o fluído da Deusa que corre em nós. O resgate dessa fonte nos harmoniza de modo natural, nos empodera e desperta a consciência de quem somos, como estamos e o que podemos fazer no aqui e agora!

Cuide dessa energia, ame essa energia, ela serve como uma bússola para a compreensão de em que período da vida estamos.

E mesmo você mulher que já não menstrua mais, não pense que seu valor acabou, pelo contrário! Você vivenciou cada ciclo de poder e possui toda a sabedoria e experiência a se compartilhar, desde a mais jovem menina que ainda não passou pela menarca(primeira menstruação).

Somos cíclicas e como nossos ciclos ocorrem, devemos fluir igualmente como faziam as nossas sábias ancestrais, assim fortalecemos a sororidade entre nossas atuais irmãs, respeitando e honrando nossa Grande Mãe, geradora e doadora de toda vida, a Deusa!

https://www.facebook.com/ceulagravatai

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Aline Ferrão é Espiritualista sacerdote de Umbanda, dirigente do C.E.U Luzes de Aruanda em Gravataí/RS iniciada na cultura de Matriz Africana a qual representa como Yalorixá respeitando as práticas Ancestrais através dos Orixás. Domina a leitura de oráculos como Búzios e Baralho Cigano, direcionando as terapêuticas com o auxílio destas ferramentas. Conhecedora das Ervas e sua utilização no bem-estar de cada ser, assim como estudou e pratica as Técnicas de Reiki Usui, Reiki Xamânico juntamente com Apometria Cristica e Floral de Bach. Facilitadora nas terapias envolvendo a cura da Alma, com a utilização da Medicina Sagrada Ayahuasca. Médium ativa desde a infância, tem como propósito direcionar o seu trabalho dentro da espiritualidade expandindo seu conhecimento para o acolhimento de quem sentir o chamado espiritual. Em sua formação social é graduada em Pedagogia, tendo como sua área de interesse o desenvolvimento Humano.

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