Quem foi o maior médium brasileiro?

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A infância de Chico Xavier

Conteúdoocultar1A infância de Chico Xavier2O contato de Chico Xavier com o Espiritismo3Primeiras obras de Chico Xavier4Nosso Lar5O caso Amauri Pena6O caso David Nasser e Jean Manzon7Parceria com Waldo Vieira8Entrevistas no programa de televisão Pinga Fogo9Décadas de 1980 e 199010A morte de Chico Xavier11O legado de Chico Xavier

Chico Xavier nasceu em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, e era filho de João Cândido Xavier, vendedor de bilhetes de loteria, e de Maria João de Deus, dona de casa católica.

Segundo diversos biógrafos, sua mediunidade apareceu pela primeira vez quando ele tinha apenas quatro anos. Seu pai estava conversando com uma senhora sobre gravidez e Chico começou a falar de fatos científicos dos quais ele não podia ter conhecimento. Ele disse então que podia ouvir e ver espíritos.

Chico Xavier: Quem foi o maior médium brasileiro?

Sua mãe morreu quando ele tinha 5 anos. Ele afirmou ter conversado com o espírito de sua mãe por alguns anos e as pessoas por vários anos pensavam que o menino tinha problemas porque dizia falar com espíritos.

O pai de Chico casou-se de novo, com Cidália Batista, e o menino tinha então sete anos e estava matriculado em uma escola pública.

Nesse período, o espírito de sua mãe deixou de fazer contato com ele. Chico Xavier começou a trabalhar desde muito jovem para ajudar nas despesas do lar, e para isso vendia vegetais produzidos em casa.

Na escola, assim como na igreja, o poder paranormal de Chico Xavier sempre o colocava em apuros. Uma vez, quando estava no quarto ano do ensino fundamental, ele afirmou ter visto um homem que ditou todas as suas redações escolares, mas ninguém parecia lhe dar atenção; e nem mesmo o professor parecia se importar com isso.

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Uma de suas composições escolares sobre o centenário da independência do Brasil ganhou menção honrosa em um concurso estadual.

Em 1922 ele enfrentou o ceticismo de colegas e amigos, que o acusaram de plágio, acusação essa que durou por toda a sua vida.

Desafiado a provar os seus dons, Chico foi submetido ao desafio de improvisar um texto (com a ajuda de um espírito) sobre um grão de areia.

Marcel Souto Maior, em seu livro As Vidas de Chico Xavier, relata o episódio:

“As gargalhadas ecoaram na sala. O tema era insignificante, ridículo. Chico pegou o giz. Silêncio absoluto. Palavras inusitadas se arrastaram pelo quadro-negro: “Meus filhos, ninguém escarneça da criação. O grão de areia é quase nada, mas parece uma estrela pequenina refletindo o sol de Deus”. Após o espetáculo, dona Rosária proibiu qualquer comentário na sala de aula sobre pessoas invisíveis.”

Assustado com a mediunidade do menino, seu pai decidiu interná-lo.

O padre Scarzelli, no entanto, o examinou e concluiu que internar o menino seria um erro, já que era apenas “fantasia de criança”. Scarzelli simplesmente aconselhou a família a restringir suas leituras (ele acreditava que eles eram o motivo das fantasias) e colocá-lo para trabalhar.

Chico foi então contratado para trabalhar numa fábrica têxtil onde foi submetido a uma rigorosa disciplina de jornada alargada. Isso trouxe sérias consequências para sua saúde, que duraram pelo resto de sua vida.

Em 1924, ele terminou a escola primária e nunca mais voltou à escola.

Apesar de sua devoção católica e incontáveis penitências, junto com todas as restrições impostas pelo padre com quem se confessava, ele nunca deixou de ter visões ou de se comunicar com os espíritos.

O contato de Chico Xavier com o Espiritismo

Em 1927, sua irmã, Maria Xavier, apresentava distúrbios mentais, que muitos concluíram ser causados por uma obsessão espiritual.

Este episódio permitiu que Chico Xavier apoiasse a irmã com suas capacidades mediúnicas e também o introduziu na Doutrina Espírita.

Foi nesse período que ele teria recebido uma nova mensagem de sua mãe, na qual ela recomendava que ele cumprisse todos os seus deveres e estudasse a fundo os livros de Allan Kardec.

Francisco fundaria então o Centro Espírita Luiz Gonzaga, em um galpão de madeira de propriedade de seu irmão. Em julho, sob a orientação de um chamado “espírito benevolente”, passou a psicografar, escrevendo dezessete páginas.

Seria apenas o início.

Logo Chico disse que vários poetas falecidos começaram a se manifestar por meio dele, mas eles só começaram a se identificar em 1931.

Em 1928, publicou suas primeiras mensagens psicográficas nos jornais “O Jornal”, do Rio de Janeiro, e “Almanaque de Notícias”, de Portugal.

Primeiras obras de Chico Xavier

Chico tornou-se conhecido no Brasil todo em 1931, quando publicou o livro Parnaso de Além-Túmulo, que contava com 259 poemas compostos por 56 ilustres poetas brasileiros e portugueses falecidos.

Esse ano ficou marcado pelo fato que foi quando conheceu o seu Mentor espiritual Emmanuel,

Segundo Chico Xavier, seu Mentor o informou sobre sua missão de psicografar uma sequência de trinta livros e para isso ele precisaria de 3 condições obrigatórias: “disciplina, disciplina e disciplina”.

Emmanuel o instruiu a ser leal a Jesus e Kardec, mesmo que fosse contra sua base religiosa. Mais tarde, o médium soube que Emmanuel fora o senador romano Publius Lentulus, renascido depois como um escravo simpatizante do cristianismo.

Ainda em outra reencarnação, fora o padre jesuíta Manuel da Nóbrega, envolvido com os ensinamentos do evangelho durante o período colonial do Brasil no século 18.

Os direitos autorais de todos os seus livros foram gentilmente cedidos à FEB (Federação Espírita Brasileira). Nessa época, iniciou uma relação com Manuel Quintão e Wantuil de Freitas.

Ainda no mesmo período, foi diagnosticada em seus olhos uma catarata, problema com o qual ele teve que conviver pelo resto da vida.

Os espíritos e seus mentores Emmanuel e Bezerra de Menezes o instruíram a ser tratado com os recursos da medicina humana e lhe disseram que não contaria com nenhum tipo de privilégio dos espíritos.

Nessa época, trabalhava como escriturário e atuava no Centro Espírita Luís Gonzaga, ajudando os necessitados com conselhos e a produção livros psicográficos.

O fazendeiro e agrônomo Rômulo Joviano, também espírita, forneceu o grande apoio de que Chico Xavier precisava então, além de dar emprego a ele, cooperou com o médium, dando-lhe tempo livre para encontrar a paz necessária para executar suas obras psicográficas.

Foi um período em que Francisco usava o porão da casa de Joviano para realizar seus trabalhos psicográficos.

Daí saiu um de seus livros mais marcantes, intitulado “Paulo e Estevão”.

Além da notoriedade, no entanto, precisava conviver com as críticas de quem tentava desacreditá-lo. Chico Xavier disse que também inimigos espirituais tentaram envolvê-lo em fluidos negativos e tentações.

Souto Maior relata uma tentativa de “linchamento” por parte de espíritos, bem como um episódio em que garotas nuas tentaram seduzir o médium em sua banheira.

Nosso Lar

Em 1943, foi publicado um dos livros mais populares da literatura espírita brasileira e mundial, o romance Nosso Lar, o mais vendido e mais divulgado entre os extensos escritos psicográficos do médium. O livro que se tornou um filme de mesmo nome em 2010.

livro nosso lar chico xavier

Este é o primeiro livro de uma série cuja autoria é atribuída ao espírito de André Luis.

Nessa época, a fama de Chico Xavier foi aumentando, cada vez mais pessoas o procuravam em busca de curas e mensagens, transformando a pequena cidade de Pedro Leopoldo em um centro informal de peregrinação.

Chico, através da fama, via sempre a brecha para fazer o bem.

O ex-patrão de Francisco, José Felizardo, morreu muito pobre: o médium então se esforçou para conseguir um funeral decente para ele.

Ele percorreu a cidade pedindo doações; batia na porta de cada um para arrecadar dinheiro para o enterro.

O caso Amauri Pena

Em 1958, o médium se envolveu em um polêmico caso devido às denúncias de seu sobrinho, Amauri Pena, filho da irmã de Chico Xavier.

O sobrinho era médium psicográfico e anunciou à imprensa ser uma fraude, um impostor muito hábil, estendendo sua declaração ao tio.

Chico negou qualquer irregularidade e qualquer proximidade ou envolvimento com o sobrinho.

Mais tarde, arrependido pelos danos que causou à reputação de seu tio, ele pediu perdão e abandonou todas as acusações que havia feito anteriormente. Amauri foi então hospitalizado em um hospital psiquiátrico em São Paulo, onde acabou morrendo aos 27 anos.

O caso David Nasser e Jean Manzon

Em 1944, os jornalistas David Nasser e Jean Manzon fizeram uma reportagem hostil sobre o médium, que foi publicada na Revista “O Cruzeiro”.

Os Repórteres fingiram ser estrangeiros usando nomes falsos para testar se Chico Xavier era uma fraude.

Mais tarde, quando Nasser e Manzon chegaram em casa após a entrevista, ficaram surpresos ao notaralgo nos livros que Chico havia lhes dado de presente, conforme relatado por Nasser em entrevista à TV Cultura em 1980:

“De Madrugada, o Manzon me telefonou e disse: ‘você já viu o livro que o Chico Xavier nos deu?’. Falei que não. ‘Então veja’, ele falou. Fui na minha biblioteca, peguei o livro e estava escrito exatamente isso: ‘ao meu irmão David Nasser, de Emmanuel’. Ao Manzon ele havia feito uma dedicatória semelhante. Por coisas assim é que eu tenho muito medo de me envolver em assuntos de Espiritismo”.

Parceria com Waldo Vieira

Naquela época, Chico Xavier conheceu o jovem estudante de Medicina e médium Waldo Vieira. Juntos, eles psicografaram vários livros. Até sua separação alguns anos depois, quando Waldo fundaria a projeciologia e seguiria um caminho diferente do espiritismo tradicional, mais ligado a estudos de projeção de consciência.

Em 1959, Chico Xavier mudou-se para Uberaba, onde residiu até o fim da vida. Continuou psicografando vários livros, abordando temas prioritários na década de 60, como sexo, drogas, questões da juventude, tecnologia, viagens espaciais, entre outros.

Uberaba, então, tornou-se um centro informal de peregrinação, com milhares de pessoas chegando todos os dias; pessoas que desejavam entrar em contato com parentes falecidos.

Livros de “mensagens” tornaram-se populares; cartas ditadas por espíritos de pessoas normais a seus familiares; prosseguindo também com constantes campanhas de distribuição de alimentos e roupas aos pobres da cidade.

Em 22 de maio de 1965, Chico Xavier e Waldo Vieira viajaram aos Estados Unidos para divulgar o espiritismo no exterior.

Com a ajuda de Salim Salomão Haddad, presidente do Christian Spirit Center, e de sua esposa Phillis, estudaram inglês e lançaram o livro The World of The Spirits (Ideal Espírita a versão em português).

Entrevistas no programa de televisão Pinga Fogo

No início dos anos 1970, Chico participou do popular programa de entrevistas de âmbito nacional, o “Pinga Fogo”, que alcançou altíssima audiência em todo o país. No mesmo ano, além da catarata e dos problemas pulmonares, desenvolve angina. Em 1975 fundou o centro espiritual “Casa da Prece” em Uberaba.

Décadas de 1980 e 1990

Nessa época, sua fama se estendeu por outras partes do mundo, com diversos livros traduzidos para outras línguas, além de surgirem adaptações para versões em novelas.

No final de 1990, a médium já havia psicografado mais de quatro centenas de livros.

Em 1994, o tabloide americano National Examiner publicou um artigo dizendo: “Escritores fantasmas tornam o romancista Chico Xavier um milionário”.

O artigo foi alardeado no Brasil pela extinta revista de notícias Manchete, com o título Secretary of Ghosts(Secretário de fantasmas).

Afirmava precisamente que o médium brasileiro ganhara vinte milhões de dólares como “Secretário de Fantasmas”.

A revista Manchete prosseguia dizendo: “Ele é o primeiro a admitir que os 380 livros que produziu foram da autoria de escritores fantasmas, literalmente fantasmas.”

O médium não respondeu aos ataques, mas a FEB, editora da maioria dos livros de Chico Xavier, por meio de seu então presidente Juvanir Borges de Souza, enviou uma carta à revista, informando-os que todos os direitos autorais e a remuneração dos livros de Francisco Cândido Xavier eram concedidos a instituições de caridade; e que o mesmo procedimento estava sendo realizado com outras editoras também. Ressaltando que “os direitos autorais são concedidos de forma absolutamente gratuita, a fim de tornar os livros suficientemente acessíveis, além de contribuir para a divulgação da Doutrina Espírita.”

A morte de Chico Xavier

O médium Chico Xavier morreu aos 92 anos, devido a uma parada cardiorrespiratória, no ano de 2002.

Segundo amigos e parentes próximos, Chico havia pedido a Deus que o levasse em um dia em que todos os brasileiros estivessem muito felizes e o país sob algum tipo de celebração.

Assim, ninguém ficaria triste com a sua partida.

No dia de sua morte, o país comemorava a conquista da Copa do Mundo de 2002 (Chico morreu cerca de nove horas depois da final Brasil x Alemanha).

O legado de Chico Xavier

O legado de Chico Xavier é imenso não só para o espiritismo, mas no campo da espiritualidade como um todo.

Além de suas ações de caridade, talvez nenhum espiritualista tenha produzido tanto quanto ele, seja com ou sem a ajuda de espíritos desencarnados.

Um exemplo de fé e caridade que nos inspira a seguir uma senda que nos aproxima de Deus.

Só temos a agradecer à sua luz e ensinamento compartilhado. Um Grande e Amoroso mestre para todos nós.

Gratidão Amigo Chico Xavier.

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